Ignorância médica leva a cegueira
Muitos pacíentes com problemas de vista tem ignorado a consulta médica, correndo ao mercado adquirir os óculos, sem saber que além de combater a cegueira, estão a acelerar o processo da perda da visão.
Texto: Coutinho Macanandze
Muitos são os casos em que grande parte da população da capital moçambicana, Maputo, compram óculos sem antes passar por uma consulta médica, o que afigura-se de preocupante uma vez que esta práctica traz consigo efeitos colaterais.
Maria é oftamologista, há cerca de 16 anos, é reformada e pertenceu em tempos passados, o quadro técnico de oftalmologia do Hospital Central de Maputo, actualmente porque nutre uma grande paixão pelo que faz continua a trabalhar numa clinica de óptica que prefere não mencionar, sediada na Cidade de Maputo, afirma que é necessário que os pacientes que padecem de problemas de visão, optem pelo diagnóstico médico, porque dependendo da gravidade da doença, recomenda-se várias linhagens de medicamentos.
O uso de óculos sem recomendação médica, pode por um lado causar problemas graves a curto prazo, caso da perda definitiva da visão, tonturas quando usar as mesmas e redução da visão, contribuindo para que entre no mundo da cegueira, conta Maria. Por outro lado, sublinha que pode contribuir também que as pessoas optem por este caminho, corram riscos de atropelamentos e desmaios devido a imcopatibilidade da graduação das lentes.
A fonte diz não acreditar tanto na existência de pessoas que enveredem por este caminho, porque se assim acontesse teriamos grande parte da população cega, porque cresce o número que procura pela assistência médica para saber quais os passos a seguir de modo a responder cabalmente a sua inquietação.
Senão vejamos, os óculos nalguns casos, as graduações são feitas consoante a faixa etária e até recorre-se em últimos casos ao uso de óculos adicionais. Questionada se qual seria o caminho certo para evitar que este problema não ocorra, Maria, respondeu nos seguintes termos, creio que o sector da saúde, deveria atribuir licenças de venda de óculos desta natureza a pessoas com formação em oftalmogia, que não se preocupam apenas com a venda, mas também com o estado do seu cliente, assegurando que o cidadão não corra esse risco comenta.
“ Em tempos idos e pela experiência na área, não aconteciam anormalidades no sector da saúde, talvez por na altura existirem poucas clinicas de oftalmologia”. Segundo conta Maria,nos dias que correm houve grande incremento do investimento externo, aumentou o número de operadores privados no ramo da oftalmologia, devido as condições que o mercado moçambicano proporciona, com maior enfase as clinicas chinesas que por vezes, não tem se preocupado muito com os efeitos negativos da aquisição de óculos sem recomendação médica.
“ Estou preocupado com a propagação de estabelecimentos dedicados a venda de lentes visuais, porque não estão munidos de material laboratórial para fazer o diagnóstico conciso da dimensão dos problemas que cada paciente esteja a passar o que culmina com a venda de óculos que além de resolver, ganha contornos nefastos através do agravamento do estado clinico, que pode culminar com a perda da sensibilidade visual, disse Maria.
No entanto existem diversos caminhos a seguir quando sofremos algumas sequelas visuais, fazer análise e aceitar a medicação do agente de saúde especializado na matéria. Pode existir apenas a necessidade de tomar a medicação caso de comprimidos como a tetraciclica e outros medicamentos caso da tetraciclina oftámica, clorofinicol em pomada ou em gota, protanizalina, entre outros.
Esta práctica das pessoas de adquirir óculos de forma aleatória e sem prescrição prêvia devia ser criminalizada, porque esta atitude poderá num futuro breve, fomentar no país a propagação de uma sociedade cega, acarretando custos elevados para o estado, retardando sobremaneira o combate a outros males que enfermam os moçambicanos.
Por isso, devem encarar com responsabilidade esta acção, é preciso criar-se oportunidades e programas capazes de informar e sensibilizar os utentes daquele serviço sanitário, da importância de optar pelas análises, pois segundo a oftalmologista “ Não é possivel cozinhar, enquanto ainda não foi ao mercado comprar os produtos para o efeito”, portanto só num país, com pessoas que não conhecem o valor da saúde, podem arriscar a comprar as lentes sem saber a sua real situação clínica, asseverou Maria.
Em suma, não deve-se usar lentes de vista enquanto não tiver passado por uma consulta médica, para o bem da saúde do pacíente. Precisamos todos de cultivarmos o espírito da avaliação e observação das consultas regulares.
Não precisa ser especialista, para notar que os estabelecimetos vocacionados na venda de lentes ópticas para minimizar os problemas de vista tende a crescer. O que acarreta por um lado maior responsabilidade no tratamento das pessoas que deparam-se pela primeira vez com os problemas visuais.
Maria termina dizendo que é preciso, que os pais, encarregados de educação e outros actores sociais activos no sector da saúde, sirvam de veículos de sensibilização para estancar este equivoco que estar a nortear parte das pessoas que enfrentam o dilema da visão.
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