quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Promoção da igualdade

Promoção da igualdadeA igualdade, na perspectiva de direitos humanos, é sinónimo de direito ao respeito e reconhecimento da condição humana de todos. As leis dos Estados e do Sistema Internacional, particularmente, que têm um vínculo com os direitos humanos, estampam o valor de igualdade, como um direito inegociável.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Incêndio no paiol de Malhazine

Incêndio no paiol de Malhazine
Segundo informações colhidas no local, o fogo foi provocado por uma idosa que na altura encontrava-se a lavrar uma pequena machamba próximo do quartel, o que acabou por alastrar o fogo para o interior do paiol e não causou males aos moradores das redondezas.

Lágrimas da Vida

 Lágrimas da Vida

Nestes dias…
A dor amanhece em ventres mendigos,
O peito se entristece de vazio e o silêncio permanece

Nestes dias…
Lágrimas se exaltam
Águas da vida oferecida a nós:
 Nós que vivemos,
 Nós que vamos morrer.

Nestes dias,
O amor se foi – foi o amor e quem virá?
O amor cala-se e vinga-se.

Nestes dias…
Choramos – lágrimas nossas e lágrimas do mundo.
Choram deuses e diabos
Santos e malditos
São dores da mesma geração:
 Geração de outrora e não destes dias.

Nestes dias…
Nem nós, nem eles
Nestes dias nem ninguém.


Nestes dias,
Lacrimejamos vivos sob o silêncio doloroso do além
E além de nós só a morte



De: Eduardo Quive

Rua Araújo


De: Eduardo Quive - Maputo

Antes dissera-se com muita fama que havia um santuário carnificínico nas manhas de Maputo, a cidade grande, onde muitos homens se encontram. Uns para melhorar a vida, outros só para viver a sabor, a frescura e desgraça que se tornou numa graça dos deuses diabólicos.
Mas Maputo fora também cidade de mulheres, umas complementando a vida boa que os homens tanto alegavam haver no Ka Mpfumo, outras, eram mesmo a voz do sacrifício. Munidas de trouxas na cabeça, com a ponta da capulana sufocando as poucas notas que garantem o mutlutlu, para famílias numerosas.

Rua Araújo é também Maputo. É Ka Mpfumo, também. Muitos mares desviados do trajecto desaguam lá. Rua Araújo fora uma carnificina que comia tudo quanto mulher, mas também engolia quando podia os homens sexuados.

Xiluva também fora lá parar, na ambição da própria carne, que é fraca, mesmo com coração de pedra de tanta firmeza. Tudo duro mesmo. Como os verdadeiros Nkomanes e filhos daquelas terras fartas de desgraças deste mundo que é hoje.
- Não se faz mais mhamaba, não se faz mais invocação aos deuses, tudo era mesmo. Tudo já era – invocam-se os adultos, na voz a sabor da dor que se exalta com a sua pele de velhos.
Mas nem com isso. Tudo fora mesmo com outros Nhankwaves. Os verdadeiros desuses, já não existem, todos tombaram na frustração de ver os seus filhos a trocar Ucanhu, por cerveja e de a valorizarem tanto que não entornam quando escurece para dizer “cokwane Mevasse, sou eu Nambita, kanimambo vovô, por ter tirado todo mal de mim. Toma aí fole e um pouco de tontonto.” Conta a velha Xinengane, a herança do Deus me livre.
Contara isso de propósito a D. Destina, para de seguida perguntar.
- Kotile?
Calasse a mulher indignada com o propósito e pertinência em que se invoca tal nome daquela que fora sua filha antes de Antoninho decidir ser vivente das minas, mulumuzana das ma zulu. Desde que fora naquele século, só manda cartas, “mas há-de morrer cedo” diz D. Destina em pensamento alto de dor.
- É quem que vai morrer cedo?
- Nada vovô! Nada. Não é ninguém não. – Responde com voz de ni tsikli. Na saudade da sua solteirisse, que não lhe dá o direito de justificar-se a alguém.
Tal solteirisse se exalta em Nikotile, que vai saciando a fome masculina dos homens no Ka Mpfumo.
Deixou-se comer na carnificina de Rua Araújo e agora só ficou com uma coisa. Tal coisa que não lhe serviria em Deus me livre, por isso embora a saudade espreitasse seu coração em nenhum momento devia para lá voltar.
Escurece. As trevas se instalam no caos da avenida. É hora de ir a putaria.
Nikotile, enxuga as suas lágrimas com ânimo da sua primeira actividade laboral. Sai para Rua Araújo de simples vestido de Cai-cai que ganhara de presente na única vez que cortara o bolo do seu aniversário, cinco anos antes dos 16 que já tem.
Kotile é virgem.
Kotile vira das mais puras donzelas da descendência dos Nkomanes, parte vizinha com outros viventes do Deus me livre, mas saíra de lá numa aventura desconhecida e de para quedas veio cair na cidade que hoje lhe oferece emprego. Emprego de impurezas. Serviço de se entregar por metical aos homens!
Atravessa o alcatrão com chinelos de pipoca sem fazer barulho. É noite. A noite é sagrada em Nkomane. É sagrada em Deus me livre também. Por isso não pode fazer barulho. Os deuses não gostam. “A noite não é para cria”, recorda nos silenciosos passos de fé que dá até quando chega.
Sandra. Mulher de longos anos de trabalho com larga experiência no trabalho e funcionária de muito respeito na Rua Araújo, põe-se a recebe-la com gestos de bem-vindo. De seguida, manda-a mudar de roupa. O traje não fora com o estilo de trabalho que arranjara com tanta facilidade na cidade que muitos homens sofrem para encontrar trabalho e muitas mulheres vivem de vender amendoim torrado, pão e badjia, camarão e peixe frito na rua.
Mas Nikotile tivera sorte dos Deuses que a protegem. Teve trabalho logo-logo.
Chega no pequeno quarto improvisado para assuntos de suprema rapidez. Estranha o cenário molhado que caracteriza o lugar. Cheiro de homem e carne fria, suor e gemidos de gente grande. Olha para outro lado e vê só camas e postes improvisados. Não tem mala com roupa. Nem mesa nem cadeira nem nada. É só cama, e cheiro de homem misturado com cheiro de carne descosida, fervida ao calor.
Tenta controlar-se para não fazer perguntas. Mas não aguenta!
- É aqui mesmo… – e não para de observar com estranheza.
- Sim. Você vai trabalhar aqui. Fique feliz porque é o melhor. Muitas meninas não têm quartos por aqui e acabam tudo nas escadas emprestadas pelos guardas a cinquenta meticais por cada viagem!
- Quer dizer que vou viajar também? – Pergunta inocentemente.
- Menina. Você não veio aqui para brincar. É para trabalhar… e mais… viagem foi jeito de falar contigo. Toca a mexer. Manda vir o primeiro! - Grita para outro lado por onde vem um homem!

Pequeno Glossário
Mutlutlu – Caril (geralmente feito com maior simplicidade de ingredientes)
Ka Mpfumu – nome tradicional da cidade de Maputo.
Tontonto – aguardente.
Ukanhu - Bedida de Canhu!
Ni Tsiki – Deixa-me.
Mulumuzana – Chefe de Família!
Mhamba – Kuphalha – acto de invocar espírito antepassados.
Kanimambo – obrigado

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Violência urbana um mal que tira sono as cidades moçambicanas

Violência urbana um mal que tira sono as cidades moçambicanas

Em diversos bairros pertencentes as cidades capítais das províncias moçambicanas, a violência tem sido um verdadeiro carrasco as populações. Porque os malfeitores já não precisam da noite para prácticar agressões, fisicas e psicológicas.

Texto: Coutinho Macanandze

O mais caricato é o conceito de paternidade que vai se desanuviando com o passar do tempo, porque parte dos pais, tem sido verdadeiros criminosos dos seus próprios filhos. Queimando, torturando, violando sexualmente a sua própria semente e entre outras atrocidades.

Não será esta a degração acentuada de valores morais, no seio da sociedade moçambicana?como evitar a violência se vivemos o trauma desde os primeiros dias de vida até durante o nosso processo evolutivo. Talvez seja a questão de agirmos sem pensarmos, a cada dia que passa ouvem-se relatos de filhos abandonados, pessoas linchadas, assassinatos a sangue, roubos sem precedente e a polícia, coitada não pode fazer nada devido a boa organização dos prevaricadores.

Para evitar este cenário, precisamos socializar o homem a viver segundo os designios da vida, não se apegar as coisas da vida, isto é, a busca incessante pelo dinheiro e a paixão exacerbada pelos bens materiais. Estes factores so deformam a mente humana, agem por emoção, perdem a sensibilidade humana e tornam-se seres crueis, isto é, o homem vira lobo do homem, para apoderar dos pertences que o outrém adquiriu graças ao seu suor.

Talvez não temos noção da gravidade do impacto produzido pela violência no seio das famílias moçambicanas, vamos a definir a violência urbana o que será?    

Violência urbana é um fenômeno da sociedade de comportamento agressor e transgressor que       ocorre dentro do convívio da sociedade urbana.

Ela não compreende apenas os crimes, mas todos os actos que interferem nas regras de bom convívio entre as pessoas.

Esse tipo de violência tem uma forte presença em países que demonstram um mau funcionamento nos principais controles da nação como, controles políticos, sociais, e jurídicos.

Em países portadores destes males, de profundas desigualdades sociais, fragilidades nas suas instituições, desigualdades econômicas, terão com freqüência a ocorrência de crimes graves, tráfico de drogas, troca de tiros, assaltos, linchamentos, e demais. Sem falar também dos desrespeitos com relação às normas impostas pelo Estado. Como evitar a violência urbana se grande parte da população tem o que fazer e o estado este nada faz para estancar o índice de propagação do desemprego e do apoio social aos que carecem.

 Isso denota que o maior fomentador da violência urbana é a fome e o estado que não dá oportunidade a estas almas para produzirem nas extensas terras que o país possui e inaproveitadas sei lá porque.

Estratégias não exequiveis não garantem a sustentabilidade ambiental

Estratégias não exequiveis não garantem a sustentabilidade ambiental

(Fonte: Micoa). Texto: Coutinho Macanandze
Como todos sabemos em 2007, foi aprovado pelo governo, a Estratégia Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável de Moçambique (EADS-Moç), a aprovação do Plano de Acção de Adaptação às Mudanças Climáticas e do Controlo e Combate à Erosão de Solos e Queimadas Descontroladas, assim como, a conclusão do Inventário Florestal Nacional, a criação da Unidade do Meio Ambiente e elaboração da Estratégia para a Gestão Ambiental no sector de Energia a incorporação da componente ambiental nos planos de actividades de outros sectores governamentais, como a Agricultura, Obras Públicas a Habitação, Saúde, Turismo, Pescas, Energia, Saneamento urbano e Indústria entre outros.

Ignorância médica leva a cegueira

Ignorância médica leva a cegueira
Muitos pacíentes com problemas de vista tem ignorado a consulta médica, correndo ao mercado adquirir os óculos, sem saber que além de combater a cegueira, estão a acelerar o processo da perda da visão.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Qualidade de serviços de saúde continua deplorável na Machava

Qualidade de serviços de saúde continua deplorável na Machava
O movimento contra a tuberculose, da cidade da matola, diz que a qualidade de serviços de saúde naquela urbe, continua longe de responder com celeridade as preocupações das comunidades, derivado da falta de pessoal qualificado e articulação deficiente entre os serviços laboratoriais e programas da tuberculose.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Louvores à Gabriel Chiaú

Gabriel Chiaú hoje com 75 anos, é músico desde os seus 20 anos!
Chiaú é filho de Ruben Chiaú um dos maiores percursores da língua ronga, aliás, foi Ruben que ajudou a criar ortografia daquele idioma.
Gabriel, tal como os outros músicos seus contemporâneos, combateu o colonialismo com a única arma que tinha ao seu dispôr, o canto!
Chiaú sempre disse “não” à aculturação! Chiaú já na década 60 ia a Rádio Clube de Moçambique e perante o olhar de soslaio das autoridades coloniais, cantava ora “xilengalenga” ora “Mayezana” e todas suas canções eram na xirhonga puro e tinham sempre ritmos genuinamente moçambicanos!
Uma das grandes virtudes de Gabriel Chiaú é introduzir instrumentos modernos em ritmos tradicionais!
Durante a era colonial, as bandas tinham um cunho racista, existiam as que eram compostas maioriamente por mestiços e outros por brancos, Chiaú sempre esteve do lado da sua cor ora no conjunto Harmonia ora no conjunto Khwe.Khweti nome que “enfurecia” os colonizadores uma vez que transmitia uma ideia de mudança, com efeito, Khwe-kweti é a alvora, facto que intrigava o colono, pois pretendia saber que é Alvora era essa! Pois transmitia a ideia de ansiar claridade...
Aliás, algumas bandas moçambicanas da época, ostentavam nomes que transmitiam a ideia de que os moçambicanos queriam sair da noite colonial. Para além do Khwe-kweti, existia o não menos famoso conjunto Djambo, que significa sol!
A razão da escolha de Gabriel Chiaú para embaixador da 3ª Idade é o facto de ser um dos músicos idosos mais emblemáticos de todos os tempos e influente, facto que fêz com que no ano 2010 tivesse sido galardoado com o “Prémio Carreira”, um dos troféus mais prestigiados do Ngoma Moçambique.
Ser o músico que as suas canções viraram clássicas do concioneiro nacional, com efeito, tem sido citadas em várias teses de licenciatura em musicologia ou outras ciências ligadas à música, para além de são adaptadas em partituras para orquestra, à exemplo da Filarmónica do Maputo e da Orquestra estadunidense que recentemente escalou Maputo!
Músico que a sua canção é de intervenção e anda de boca em boca;
Idoso com velhice activa que apesar dos seus 75 anos apresenta-se aprumado; defensor acérrimo da causa da 3ª Idade,  é de Gabriel Chiaú a celébre frase “ Porquê reformados deformados?” numa clara  contestação ao facto de nalgumas empresas o trabalhador não passar à reforma mesmo tendo labutado os 35 anos previstos na lei, isto é, só passa à reforma quando já não consegue trabalhar! Chiaú já sofreu na pele o edaismo ao ser lhe indeferido o seu pedido de empréstimo no Banco! Facto que elucida de forma eloquente a odisseia porque passa a pessoa da 3ª Idade! Um homen das artes, influente e que sofreu na pele o edaísmo!

A Ética Protestante e o espírito do capitalismo

A Ética Protestante e o espírito do capitalismo 
 Max Weber diz que os factores que estão por detrás do desenvolvimento económico na europa na idade moderna e a sua relação causal com as religiões de cada país. resulta de um questionamento sobre os motivos intrisicos que movem o indivíduo na idade moderna a desenvolver uma atitude não meramente capitalista, mas muito mais do que o que reflecte a imagem do capitalista, uma procura de lucro sempre renovado de rentabilidade dentro de uma ordem económica com utilização planeada de recursos materiais ou pessoais.
É nesta ordem de ideia que o autor fez um estudo comparativo a nível de todos continentes onde se observou um certo desenvolvimento moderno ou civilização moderna, principalemente no ocidente ou europa e oriente.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

A fidelidade e a castidade são o meio infalível para prevenir a expansão do Sida

A fidelidade e a castidade são o meio infalível para prevenir a expansão do Sida

 A fidelidade e a castidade são o meio infalível para prevenir a expansão do Sida, afirmou esta sexta-feira Bento XVI ao receber os bispos de África do Sul, Botsuana, Suazilândia, Namíbia e Lesoto.

«Compartilho convosco vossa profunda preocupação pela devastação causada pelo Sida e as enfermidades relacionadas», disse o pontífice no discurso que lhes dirigiu em inglês.

Prevenção e Religião

Prevenção e Religião
Bem, este assunto ainda vem sendo um assunto com bastante conflito na igreja católica principalmente, mais ao meu ver a igreja está bem atrasada nos assuntos dos dias de hoje, nos tempos de hoje as pessoas estão tendo relações cada vez mais cedo mas não por não terem conhecimento porque hoje o que mais vimos são campanhas de prevenção, nas escolas na televisão etc...Mais ainda teriam que ter mais campanhas a favor da prevenção, apesar de muitas veses a falta de prevenção esta correlacionado com drogas e bebidas infelismente.Temos ainda que lutar muito contra a ideias como as da igreja e os jovens se conscientizarem que estão brincando com suas próprias vidas.

Conflito religião-prevenção-conflitos ou contribuições?

Conflito religião-prevenção-conflitos ou contribuições?
Algumas igrejas evangélicas já aceitam, e até oferecem, o preservativo. A igreja católica é a favor da abstinência e da fidelidade e discorda publicamente do uso do látex. Segundo pesquisa de comportamento, 80% da população sexualmente ativa se diz religiosa. Como considerar os valores religiosos e avançar na prevenção das DST/aids? As religiões podem trabalhar em parceria e ajudar nesse desafio?

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

GOVERNO INICIA COBRANÇA COERCIVA AOS DEVEDORES DOS 7 MILHÕES

GOVERNO INICIA COBRANÇA COERCIVA AOS DEVEDORES DOS 7 MILHÕES
O Governo da Província de Tete deliberou que os funcionários e agentes do Estado na condição de devedores do Fundo Distrital de Desenvolvimento, vulgo 7 Milhões, deverão reembolsar os montantes em dívida, através de descontos mensais a partir do salário.