sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Moçambique sonha com quadro jurídico eficaz para o sector agrário

A Comissão da Agricultura, Desenvolvimento Rural, Actividades Económicas e Serviços (CADRAES), da Assembleia da República sonha com um quadro jurídico-legal eficaz e capaz de dinamizar o sector agrário nacional, assegurando desta forma a auto-suficiência alimentar e competitividade no mercado regional e internacional.

A intenção foi manifestada esta sexta-feira (18), em Maputo, no seminário sobre segurança alimentar e nutricional, realizado sob o lema “Parlamentares Por Uma Sociedade Livre da Fome, com Capital Humano Saudável e Activo”.
O secretário permanente do Ministério da Agricultura (MINAG), Daniel Clemente disse que o aprimoramento da legislação agrícola irá catapultar o sector garantido desta forma a segurança alimentar e nutricional, com base na criação do direito humano à alimentação adequada à população.
Bem como através da criação de condições físicas, humanas e financeiras para maximizar a produção e produtividade, disse Clemente.       
Por sua vez, o presidente da CADRAES, Francisco Mucanheia disse que a agricultura necessita de uma legislação específica, com vista a torna-la mais produtiva e célere no recrutamento de técnicos agrários, extensionistas, veterinários, florestais e no apoio aos camponeses para engrandecer a cadeia produtiva nacional.
Segundo a fonte a revisão do artigo 73 da Lei n°.26/2009, de 28 de Setembro, atinente à organização e funcionamento, surge como crucial para acomodar o regime de conveniência de serviço, pessoal técnico profissional agrário básico, médio e superior, que ainda denota deficiências.
Mucanheia sublinha que para colmatar as deficiências legislativas decorre actualmente a conclusão do ante-projecto de Lei de bases da Agricultura e Segurança Alimentar (LASA), com vista a assegurar que os princípios, as obrigações, direitos, deveres e incentivos estejam regulados.
Mucanheia é da opinião de que para a transição da agricultura de subsistência para comercial é necessário que se aprimore o quadro legal, se criem incentivos, desenvolva-se a investigação, haja incremento de sementes melhoradas, de infra-estruturas agrárias e alocação de mais investimentos.
Entretanto, o representante do Fundo das Nações Unidas Para Agricultura e Alimentação (FAO), Castro Camarada disse que a criação de uma legislação específica ira legitimar o quadro de políticas e programas de desenvolvimento do sector agrário e desta forma reduzir os altos níveis de insegurança alimentar e nutricional, que ainda persistem.
Camarada espera que o novo quadro legal em criação possa promover o respeito dos direitos humanos à alimentação, através da garantia da igualdade de género, protecção dos grupos vulneráveis, acesso ao uso e aproveitamento da terra e a melhoria do quadro constitucional de produção e coordenação da segurança alimentar e nutricional.
De referir que a CADRAES prevê submeter a proposta de Lei em alusão na Assembleia da República, no primeiro semestre de 2014 para que seja aprovado ainda nesta legislatura.    

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