quinta-feira, 18 de abril de 2013

A mulher continua vulnerável a violência

Apesar de em Moçambique existir a lei contra a violência domestica, a mulher ainda continua a ser martirizada pelos homens. Portanto ela é chamada a expressar a sua insatisfação, através da luta e pressão constante ao governo e ao sector da justiça para observância dos seus direitos, como forma de desencorajar que seja vítima de violência, uma vez que, muitas ainda são espancadas, mutiladas de forma macabra e inaceitável.

Texto: Coutinho Macanandze

Ainda há muito por fazer no que concerne a violência porque ainda existem homens que pensam que a mulher é um objecto, não a respeitam, falta diálogo, ainda persiste a superioridade do homem com maior enfase nas zonas rurais.        
Rosa Paruque reside em KaTembe, onde afirma que a situação actual da mulher ainda não é satisfatória embora ela esteja engajada na luta, com vista a ocupar lugares de destaque. Facto que considera estar longe de ser concretizado porque ainda falta vontade política para o cumprimento das leis de protecção da rapariga em várias áreas.   
Para a mulher singrar é necessário que ela alcance cada vez mais liberdade, com base na criação de igualdade de direitos, deveres e de género nas diferentes esferas da sociedade. Para além da emancipação económica, política, cultural e social disse ainda Rosa Paruque.
A mulher moçambicana deve continuar a envidar esforços para a eliminação da pobreza, da violência doméstica e desigualdades de género, do analfabetismo e de outros males que ainda as afectam”.
Rosa Paruque espera que a igualdade seja efectiva porque tudo que o homem faz também a mulher é capaz de fazer, porque tem mais responsabilidade dedica as suas forças para o país, cuida da família e da educação primária dos filhos.
Ainda persistem dificuldades no acesso ao mercado do emprego, muitas vezes por ser mãe, onde olham aquela posição como factor de redução das suas capacidades de desempenho produtivo. Onde a sociedade define que o papel da mulher é em casa para cuidar dos filhos sublinha a fonte.
O mais preocupante ainda segundo Rosa Paruque é que as mulheres ainda ganham menos do que os homens embora façam o mesmo trabalho, “somos nós que atendemos mais clientes, menos promovidas, mais escolarizadas e com uma vida curta nos nossos postos de trabalho, porque sempre que tentamos progredir somos destituidas dos cargos de chefia, isto é, chegamos a constituir ameaça para o patronato”.
A nossa interlocutora sublinha que as mulheres rurais têm problemas de subordinação, em consequência de exercerem muitas actividades domésticas. O importante não é que ela deixe de fazer isso, mas que mesmo assim ela se dê valor e tenha a auto estima. O cozinhar, ir a procura de água e educar os filhos, não é uma tarefa fácil e para qualquer um, daí, esta mulher precisa entender isso.”
O sucesso da mulher de acordo com Rosa Paruque passa pela intensificação do processo de formação em matéria de acesso ao crédito bancário para o incremento da produção e da produtividade, criação e materialização de projectos, gestão sustentável e eficiente das actividades de rendimento formal e informal.
A mulher precisa demonstrar que é capaz de alcançar a igualdade de género, embora reconheça ser uma tarefa difícil. Porque ainda há barreiras impostas pelos homens nas famílias e o governo na implementação das leis e políticas de género, na inclusão da mulher nos sectores chaves que impulsionam o desenvolvimento á vários níveis assegura Rosa Paruque.
No tange a oportunidades houve muita mudança, ontem havia dificuldade do acesso a educação, a saúde, ao emprego, a oportunidades no ramo empresarial e na aquisição de insumos agrícolas para produção, e no respeito dos direitos da mulher. Nos dias que correm, registaram-se avanços embora reconheça que há ainda muito por fazer.
No entanto é necessário que haja fluidez da informação para as mulheres, principalmente as da zona rural. Outra componente prende-se com o aumento da periodicidade da licença do parto de modo a garantir o crescimento saudável das crianças, mulheres mães, evitando desta forma fragilidade da sua saúde e da criança, bem como da mortalidade infantil.
“Temos muitas vitórias para comemorar, mas sabemos que temos mais por conquistar para garantir a sua valorização no ramo empresarial através da facilitação do crédito bancário. Temos também uma série de responsabilidades em casa, no trabalho e merecemos ser mais valorizadas e reconhecidas. Nossa luta é pela igualdade”.
Entretanto Rosa Paruque defende que o 08 de Março dia internacional da mulher, como momento de reflexão, de consolidação das conquistas e da continuidade e determinação, para que não haja diferenciação entre os sexos e seja observado e cumprido e respeitado os direitos.
Rosa Paruque convida ainda as mulheres, para usarem as suas habilidades para construção de uma sociedade com desenvolvimento sustentável, livre do machismo e com igualdade entre homens e mulheres.
 “Devemos usar o dia internacional da mulher para reivindicarmos a nossa valorização, lutar pela ampliação dos nossos direitos. Graças a nossa actuação que hoje conseguimos lugares em diversas áreas que antes eram só para os homens”.
Rosa Paruque realça que a mulher é sinônima de força, amor, garra, dedicação, e acima de tudo, jamais perde sua delicadeza.
Onde acrescenta que, é nesta efemeride onde a mulher manifesta e usa o espaço conquistado pela vida operárias, que decidiram dizer não ao desrespeitodas das mulheres no trabalho, na família e na sociedade. Para além de que a mulher tem o dom da vida para celebrar e deve sempre continuar na luta pela valorização, respeito e igualdade nos bancos, hospitais, escolas e na sociedade”.


       


   

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